Ter, 07 de Maio de 2013 21:32
Cadeiras de rodas motorizadas, que
podem levar mais conforto e mobilidade para pessoas com deficiência
física severa, passam agora a ser oferecidas para usuários do SUS
(Sistema Único de Saúde)
A medida está dentro de um
investimento de R$ 205,2 milhões lançado hoje pelo Ministério da Saúde
que envolve também a inauguração de 29 centros de reabilitação, oficinas
de produção de órteses e próteses e distribuição de equipamentos para
quem tenha algum comprometimento físico ou sensorial.
O recurso sai de parte do programa federal "Viver sem Limites", que
planeja investir R$ 7,6 bilhões, até 2014, em inclusão e acessibilidade
com ações em áreas diversas como saúde, moradia, educação e assistência
social.
Atualmente, as cadeiras de rodas oferecidas pela SUS não atendem
adequadamente à demanda de quem precisa se locomover com elas. São
pesadas, pouco resistentes, não são feitas sob medida e não permitem
autonomia.
A promessa anunciada hoje é que seis modelos novos vão estar
disponíveis para os cadeirantes dentro de seis meses. Entre elas, a
cadeira motorizada --que pode ser movida por controle remoto, pelo
queixo ou boca-- e as cadeiras monobloco, mais leves e práticas.
"Será um ganho enorme. Nenhuma pessoa com deficiência consegue usar
aquelas cadeiras de hospital do SUS. Esses produtos costumam ser muito
caros e muita gente que precisa fica sem acesso", afirma o estudante
Leandro Ribeiro da Silva, que usa cadeira motorizada.
De acordo com Leandro, a medida "pode representar grandes conquistas
na vida de uma pessoa com deficiência. Mas, agora, é preciso saber se
vai haver muita burocracia para conseguir as cadeiras e se vão mesmo
entregá-las a quem precisa."
As regras de distribuição do material ainda não foram divulgadas.
Segundo o Ministério da Saúde, também dentro de seis meses, crianças e
adolescentes de 5 a 17 anos, com alguns tipos de deficiências
auditivas, matriculadas em escolas públicas, passam a ter direito de
receber do SUS um equipamento que auxilia a ouvir a voz dos professores
durante as aulas.
PEZINHO
O investimento foi anunciado hoje em Taguatinga (DF) pelo ministro
Alexandre Padilha (Saúde), que cobrou mais atitude social pela inclusão.
"O Sistema Único de Saúde está se organizando para que as pessoas com
deficiência não tenham limitações. Quem impõe limites a esses
brasileiros é a sociedade que não se organiza."
Segundo o ministro, também vai haver liberação de recursos para
qualificação de atendimento de pessoas com deficiência em centros
odontológicos públicos e transporte acessível exclusivo para condução de
pacientes para centros de reabilitação.
Os recém-nascidos também foram incluídos nas medidas anunciadas hoje
com maior alcance na rede pública para o chamado "teste do pezinho", que
identifica doenças como o hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria,
doença falciforme e fibrose cística.
Fonte: Folha de S. Paulo
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