sábado, 25 de setembro de 2010

Esclerose Múltipla - Parte 2

Como durante a semana veremos várias matérias sobre Esclerose Múltipla,  recomendo ao leitor  que visite o blog MINHA VIDA COM A ESCLEROSE MÚLTIPLA da querida Fabiana. Em seu blog, Fabiana, compartilha com o leitor histórias do dia-a-dia de uma pessoa com Esclerose Múltipla. Não deixe de conferir!
Hoje veremos os sintomas da Esclerose Múltipla,  segundo o Dr. Dagoberto Callegaro, médico, coordenador do Ambulatório de Esclerose Múltipla do Hospital das Clínicas e professor de Neurologia da Universidade de São Paulo, entrevistado pelo Dr. Drauzio Varella.

Drauzio - Quais são os sintomas da esclerose múltipla, uma doença difícil de ser identificada em suas fases iniciais?
Dagoberto - Muitas vezes, a fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil e está representada por sintomas transitórios que duram uma semana, cinco dias. Essas características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que, na sua forma mais comum, é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam e independem do tratamento.

A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando pequenos sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina sem dar importância a esses sinais porque em três ou quatro dias eles desaparecem e são atribuídos ao mau posicionamento do corpo durante o sono ou a um cisco que entrou no olho e turvou a visão, por exemplo. As coisas vão caminhando assim até que apareça um sintoma de maior magnitude representado por fraqueza importante numa perna ou por perda visual prolongada e só então o médico é procurado.

Drauzio - Você disse que na fase inicial os sintomas são sutis, às vezes imperceptíveis. Além dos já citados, que outros sintomas podem surgir?
Dagoberto - Podem aparecer pequenos tremores que preocupam o paciente, mas o que o faz procurar o médico com maior rapidez é a visão dupla. Ele se assusta quando acorda de manhã, olha um objeto e enxerga dois.

Drauzio - Visão dupla não é um sintoma exclusivo da esclerose múltipla. Pode aparecer em muitos outros processos patológicos .
Dagoberto - O problema é que na esclerose múltipla a visão dupla acaba sendo um sintoma transitório ao qual as pessoas dão menos importância. Ao fazer anamnese de um paciente com suspeita clínica da doença, é muito comum encontrar pequenos sintomas em sua história pregressa que lhe passaram totalmente despercebidos, às vezes, por três, quatro ou cinco anos.

Drauzio - Em que faixa etária os sintomas costumam aparecer com mais freqüência?
Dagoberto - Os sintomas aparecem no adulto jovem, ao redor dos 20, 30, 35 anos. É na fase em que estão terminando a faculdade, iniciando uma atividade profissional mais agressiva ou atravessando um período de estresse mais intenso que os sintomas começam a demonstrar-se.

Drauzio - Quando se instalam, quais são os sintomas mais freqüentes que permitem suspeitar da presença da esclerose múltipla?
Dagoberto - Os mais freqüentes são os sintomas sensitivos e os sintomas motores, seguidos dos visuais e dos vestibulares, como a visão dupla, e os caracterizados por tremor que rotulamos de sintomas cerebelares.

Drauzio - Quais são os sintomas sensitivos?
Dagoberto - Estão entre os sintomas sensitivos a perda de sensibilidade dos membros inferiores ou do hemicorpo, ou seja, a perda de sensibilidade de um lado só do corpo. Esses sintomas indicam certos locais específicos do comprometimento do sistema nervoso central.

Drauzio - E os sintomas motores quais são?
Dagoberto - Podem caracterizar-se por fraqueza ao segurar um copo, dificuldade para escrever ou para correr. Muitas vezes, o paciente percebe que tem a doença porque perde um pouco de sua performance habitual na prática de um esporte. Estava acostumado a correr meia hora, mas depois de 15 minutos está cansado e começa a puxar uma perna. Geralmente, a dificuldade motora não é bilateral. Ela se manifesta apenas no membro de um dos lados do corpo.

Fonte: http://www.drauziovarella.com.br/

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